Muitas mães acreditam que, ao usar óleos essenciais, quanto mais gotas colocarem no difusor ou no preparo, maior será o efeito. Mas na aromaterapia infantil — e mesmo em adultos — essa lógica não funciona. Na verdade, usar gotas em excesso pode trazer riscos à saúde, principalmente para os pequenos.
Neste artigo, vamos explicar por que “menos é mais” quando se trata de aromaterapia, e como usar os óleos essenciais de forma eficaz e segura.
A concentração não aumenta a eficácia
Os óleos essenciais são compostos altamente concentrados. Para se ter ideia, 1 gota de óleo essencial de lavanda pode conter o equivalente a dezenas de flores.
Quando você adiciona mais gotas no difusor ou em uma sinergia, não significa que o corpo terá mais benefícios. Pelo contrário: o organismo pode se sobrecarregar e reagir negativamente.
O risco da superexposição
O uso excessivo de gotas pode causar:
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Irritação das vias respiratórias, com tosse ou dificuldade para respirar.
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Cefaleias (dores de cabeça) e enjoos.
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Reações alérgicas ou de pele, quando aplicados topicamente em concentrações muito altas.
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Em crianças, o excesso pode até desencadear crises de broncoespasmo ou vômitos.
Isso acontece porque os óleos essenciais têm moléculas voláteis que rapidamente saturam o ar e são absorvidas pelo organismo. Mais gotas não significam mais saúde, e sim mais sobrecarga.
Como usar de forma correta
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No difusor ultrassônico: use de 1 a 3 gotas para cada 100 ml de água. Para bebês, limite a 1 ou 2 gotas de óleos seguros.
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Na pele (sempre diluídos): nunca ultrapasse 1% de concentração em crianças (cerca de 1 gota de óleo essencial para 5 ml de óleo vegetal).
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Tempo de difusão: prefira sessões curtas, de 15 a 30 minutos, em ambientes ventilados.
Lembre-se: o objetivo da aromaterapia é estimular o corpo de forma sutil, e não saturar o organismo.
O mito do “quanto mais, melhor”
Aromaterapia não funciona como remédio alopático em que a dose maior pode trazer efeito mais rápido. Ela atua no corpo de forma reguladora, equilibrando o sistema nervoso e emocional.
Por isso, o uso inteligente é o que garante resultados: escolher o óleo certo, na quantidade certa, para a necessidade do momento.
Quando se trata de aromaterapia, principalmente no cuidado com crianças, menos é mais. O uso excessivo de gotas não potencializa o efeito, mas pode gerar desconfortos e até riscos.
A verdadeira eficácia está no uso consciente, respeitando diluições, tempo de exposição e óleos adequados para cada idade.
Referências bibliográficas
Tisserand, R. & Young, R. (2014). Essential Oil Safety: A Guide for Health Care Professionals. 2ª edição. Churchill Livingstone.
National Association for Holistic Aromatherapy (NAHA). Guidelines on Safe Use of Essential Oils. Disponível em: https://naha.org
International Federation of Professional Aromatherapists (IFPA). Safe Practice Guidance.
American Herbalists Guild (AHG). Essential Oils and Safe Dilution Guidelines.
